CAPÍTULO CANÇÃO 7
A ARANHA VEGETARIANA
L e M: por Jairo Ojeda
Tudo aconteceu como as coisas da vida acontecem,
Em qualquer momento, em qualquer lugar
e qualquer dia.
E foi na teia da aranha mal-humorada,
aquele com olhos sem pestanas, com truques refinados
que te engana,
espalhando sua bela rede, sua armadilha,
que pegou uma flor.
Que borboleta presunçosa ele pensou
e fugiu do antigo laranjal que era sua casa:
vendo seu vôo de brancura rosa, sem ser rosa,
a velha emaranhada disse-lhe melosa:
-Venha precioso, eu nunca peguei flores
nem coisa colorida fedorenta.
-Vêem que, embora me critiquem por aqui,
em vez de moscas feias e fedorentas,
Eu vou ter um jardim.
A fofoca abalou todo o lugar
e foi o horror de todo o candelabro,
que durante a noite,
a mulher mesquinha com truques refinados que te engana
ela se tornou vegetariana.
E até um beija-flor que nunca passou
ele a visitou e sua loucura comemorou
dançando no tornassol.